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Por que Avatar revolucionou o cinema e tornou-se a maior bilheteria da história?
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Por que Avatar revolucionou o cinema e tornou-se a maior bilheteria da história?

Filme de James Cameron estreou em 2009, popularizando o 3D como conhecemos hoje e expandindo limites do CGI

Pedro Siqueira
Pedro Siqueira
13.dez.22 às 15h27
Atualizado há mais de 2 anos
Por que Avatar revolucionou o cinema e tornou-se a maior bilheteria da história?

Os alienígenas azuis de Pandora estão de volta aos cinemas esta semana com Avatar: O Caminho da Água. O longa de James Cameron continua as aventuras de Jake (Sam Worthington) e Neytiri (Zoe Saldana) contra mais uma ameaça humana ao planeta paradisíaco. Mas o maior desafio do longa está fora da telona, já que o título terá que fazer jus apenas à maior bilheteria de todos os tempos.

Ame-o ou odeie-o, o fato é que Avatar (2009) deixou uma marca importante no cinema moderno, popularizando, e até criando, tecnologias que moldaram as produções que ano após ano batem números astronômicos de bilheteria. E nada disso é por acaso.

No espírito nostálgico com a estreia do novo filme, relembramos as principais inovações trazidas pelo longa, e explicamos por que raios Avatar é mais importante do que você imagina, e como James Cameron tirou US$ 2,9 bilhões dos bolsos de muita gente.

O homem de bilhões

Em primeiro lugar, dê a Cameron o que é de Cameron. Em mais de 40 anos de carreira, o homem engata sucesso atrás de sucesso. E não é exagero nosso. Em sequência, o cineasta fez Aliens (1986), O Segredo do Abismo (1989), O Exterminador do Futuro 2 (1991), True Lies (1994) e Titanic (1997).

Se a ambição dos projetos só aumentou, os números de faturamento também. Basta dizer que Avatar bateu um recorde do próprio cineasta quando ultrapassou Titanic (US$ 2,1 bilhões) na bilheteria. Não há dúvidas, então, que o diretor sabe como poucos comandar filmes MUITO populares, despertando de imediato o interesse em o que raios ele vai fazer a seguir.

Mas, cá entre nós, ninguém confirma nem nega que ele na verdade é uma máquina de imprimir dinheiro disfarçada de humano. E ele fez questão de levar o público para dentro do mundo de Pandora recauchutando uma tecnologia de décadas, de uma forma nunca vista.

Três dimensões de verdade

Se você cresceu nos anos 2000, é bem provável que lembre de títulos como Pequenos Espiões 3 (2003) e As Aventuras de Sharkboy e Lavagirl (2005), e dos super estilosos óculos 3D de papelão e celofane. Na verdade, a tecnologia já era usada no cinema há décadas, até com clássicos como Disque M Para Matar (1954), de Hitchcock. Se em produções mais lúdicas as três dimensões serviam mais para você se divertir vendo os sustos dos colegas com objetos arremessados pela tela, Cameron fez questão que a tecnologia fosse parte quase integral da narrativa de Avatar.

3D de Avatar deixou Pandora mais imersivo

A profundidade proporcionada pela tecnologia à visão da tela tornou o ambiente de Pandora mais crível e palpável. Embora obviamente seja “tudo computador”, as plateias de 2009 sentiram a diferença ao ver Jake Sully e companhia se embrenhando pelas florestas e belos cenários do planeta de forma incrivelmente imersiva.

13 anos depois, é raro você encontrar um grande lançamento que não tenha uma versão 3D nos cinemas. A tendência é comentada até pelo próprio Cameron, em entrevista recente ao SlashFilm (via Collider):

“O 3D foi aceito. Hoje em dia, é parte das opções que você tem quando vai ao cinema. Eu comparo com a chegada do cinema a cores. Quando os filmes coloridos estrearam, era algo grande. As pessoas iam assisti-los só porque eram coloridos. Na época de Avatar, as pessoas iam assistir ao filme porque era em 3D. Acredito que impactamos a maneira como os filmes são apresentados, posso dizer que moldamos essa cultura.”

Sorria e acene para a câmera

A imersão em Pandora se traduziu até mesmo no período de filmagens. Quando se trata de cenários e personagens em CGI, você provavelmente imagina atores interagindo com o nada em uma sala enorme com telas verdes. Com Avatar não foi diferente, mas com um detalhe importante: Cameron conseguia visualizar as performances digitais no EXATO momento da gravação.

Em longo perfil na Vanity Fair, o diretor de fotografia Mauro Fiore detalhou o processo de captura das performances, usando o que ficou conhecido como Swing Cam (Câmera de balanço, em tradução livre), em parceria com o estúdio de efeitos digitais Weta.

James Cameron vê os Na'vi ganharem vida ao dirigir cena

Na prática, as câmeras envolviam todo o set de filmagem, utilizando as marcações dos atores e dos trajes de captura de movimentos. Se dois personagens estivessem interagindo, por exemplo, Cameron e equipe captavam diversos ângulos da mesma tomada.

Os marcadores também forneciam uma versão pré-renderizada da ação em tempo real aos monitores de Cameron. Ou seja, enquanto Sam Worthington, Zoe Saldana e companhia davam vida aos Na’vi com os trajes de captura, o cineasta conseguia ver os alienígenas azuis em tempo real nas telas o que, segundo o próprio, ajudou tanto nas performances dos astros como na própria direção.

Avatar marcou também um ápice para a tecnologia de captura de movimentos (ou mocap) da própria Weta, responsável pelo Gollum de O Senhor dos Anéis (2001-2003) e o King Kong do filme de mesmo nome, lançado em 2005.

Zoe Saldana e a fúria de Neytiri

A tecnologia é a mesma que, anos depois do longa, chegou a performances ainda mais impressionantes como o Thanos, de Vingadores: Guerra Infinita (2018). Mesmo em 2009, Cameron já celebrava as possibilidades criativas do método. Falando ao The Wrap antes da estreia de Avatar, ele disse:

“A tecnologia não substitui os atores. Ela os empodera. Após décadas aplicando maquiagem nos rostos das pessoas, agora temos uma performance muito mais pura porque cada nuance e cada pequeno detalhe das atuações é preservado.”

E os Na’vi dominam a Terra

Com todo esse pacote embalado em uma inteligente estratégia de marketing, destacando justamente a “experiência” de assistir ao filme nos cinemas como algo imperdível, Avatar chegou aos cinemas do mundo todo em dezembro de 2009. E encontrou o momento perfeito para dominar as bilheterias.

Faça o exercício mental de lembrar como era a sua vida em 2009. Há TREZE anos. Não havia MCU, internet 4G, WhatsApp, Nerdcast RPG, e o Twitter (para o bem ou para o mal) ainda servia só para reclamar.

Com a curiosidade no máximo e um caminho livre para o gol (os grandes lançamentos de Hollywood raramente saem em dezembro), o longa demorou menos de seis meses para garantir a maior bilheteria de todos os tempos, superando o recorde do próprio James Cameron.

Sam Worthington em cena de Avatar

Até hoje imbatível, o número reforça o poder comercial da trama que, mesmo após a longa espera, segue na trajetória para faturar alto com O Caminho da Água. Só os trailers do projeto já bateram números na casa dos milhões.

Resta agora acompanhar a trajetória de Avatar: O Caminho da Água dentro e fora da tela, onde a magia de James Cameron será mais uma vez testada. O resultado você confere a partir de 15 de dezembro, nos cinemas de todo o país. O primeiro filme está no catálogo do Disney+.

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