A sétima arte perdeu um de seus maiores ícones nesta terça-feira (13). Pioneiro da nouvelle vague francesa, o cineasta Jean-Luc Godard morreu aos 91 anos, de causa ainda não divulgada. Segundo a agência de notícias AFP (via The Guardian), Godard faleceu em casa, rodeado por familiares.
Crítico de cinema nos anos 1950 e 1960, Godard revolucionou as produções francesas como parte do movimento nouvelle vague (nova onda, em tradução livre), que pregava um espírito mais experimental mesmo em produções de grandes estúdios.
É dele a direção de clássicos como Acossado (1960), Alphaville (1965), Viver a Vida (1962) e O Demônio das Onze Horas (1965), entre outros.
O estilo de Godard foi uma das maiores influências no Cinema Novo brasileiro, inspirando nomes como Glauber Rocha, Nelson Pereira dos Santos e Cacá Diegues, no que é um dos períodos mais celebrados da filmografia nacional.
A relação de Godard com o Brasil também tem uma passagem polêmica, com a proibição do longa Eu Vos Saúdo, Maria (1985), durante o período da Ditadura Militar. O longa apresentava uma visão moderna (para a época) sobre a história da Virgem Maria, mãe de Jesus Cristo.
O último trabalho de Jean-Luc Godard em vida foi o documentário Imagem e Palavra, lançado em 2018. O cineasta mantinha o experimentalismo até anos mais recentes, com projetos como Adeus à Linguagem (2014), filme praticamente mudo, abordando apenas um casal e um cão.