Quando a Netflix falou abertamente que seus maiores concorrentes não eram a HBO ou a Disney, mas sim Fortnite muita gente se assustou. Mas Reed Hastings, o CEO da empresa que deu essa declaração, não está nem um pouco errado. A indústria dos videogames é, de longe, a maior do entretenimento mundial (vide gráfico abaixo) — enquanto o conteúdo sob demanda, categoria da qual Netflix faz parte, está apenas em sexto lugar entre os maiores do entretenimento.

A indústria dos videogames parece ser realmente irrefreável: em 2018, os jogos eletrônicos atingiram seu maior patamar na história com uma arrecadação de US$ 134 bilhões ao redor do mundo e US$ 43,4 bilhões apenas na América do norte. O crescimento foi de 17% em relação a 2017 (o maior crescimento dos últimos anos).
O ano passado foi excelente para grandes jogos de console. Com Call of Duty, Red Dead Redeption 2, Spider-Man e Smash Ultimate liderando as listas de mais vendidos, o mercado de software teve uma alta de 18% em relação ao ano anterior.
A venda de consoles também foi alta. Com periféricos como aparelhos VR e consoles baratos como o SNES Classic e o PlayStation Classic, o mercado de hardware cresceu 15%. O Nintendo Switch foi o aparelho mais vendido do ano, se tornando o console que vendeu mais rápido nessa geração. Ao todo, 22 milhões de pessoas já compraram um Switch no mundo.
Nos Estados Unidos, a venda de jogos gerou US$ 35 bilhões, enquanto a venda de consoles levantou US$ 7,5 milhões.
Videogames vs Cinema
Videogames geram três vezes mais dinheiro que cinema. Ambas as indústrias atingiram seu teto financeiro em 2018: Hollywood alcançou os seus importantes US$ 41,6 bilhões com a ajuda de muitas franquias e a volta de clássicos dos anos 1980; já os videogames alçaram aos US$ 134 bilhões com grandes lançamentos como Red Dead e God of War.
Existem muitas justificativas para isso. Jogos são mais acessíveis: hoje em dia 92% dos brasileiros tem um celular — ou seja, a grande maioria está apta a jogar e gastar dinheiro com games. Um ingresso de cinema custa, em média, R$ 15 — enquanto um jogo em lançamento não sai por menos de R$ 200 — o que infla o valor a renda geral dos games.
Celulares em evidência
Uma pesquisa recente da NPD mostrou que o mercado mobile é o que consegue romper barreiras e crescer em níveis além do imaginável. Surpreendentemente, 75% dos americanos que têm um aparelho já jogam no celular — um crescimento de cinco porcento em relação a 2017.
A ampla maioria daqueles que se auto-intitulam como "gamers" dizem que jogos são uma das funcionalidades mais usadas nos seus celulares — justificando que jogam no aparelho diariamente. Os gamers que preferem o tablet normalmente jogam só uma vez por semana — o que é normal, já que tablets não são levados para todo lado como smartphones.
Nos EUA, as crianças são as que mais usam tablets para jogar (83% dos pequenos jogam na tela grande), enquanto os adultos preferem celulares (92% dos adolescentes/adultos jogam no celular)
O Android segue sendo o sistema operacional mais popular entre os gamers. E no Brasil os jogos mais populares são Fate/Grand Order, Fortnite e Monster Strike, apontou uma pesquisa do Twitter.