A WarnerMedia anunciou recentemente seu novo produto destinado a competir diretamente com Netflix, Amazon Prime Video e Disney+: o HBO Max.
Apostando no nome do canal por assinatura HBO e seu legado de produções de prestígio, o serviço engloba diversas marcas e terá conteúdo para todas as idades, indo desde o sanguinário Game of Thrones até títulos mais antigos como Um Maluco no Pedaço e animações do Cartoon Network.
O que é a WarnerMedia?
A WarnerMedia é um conglomerado de mídia da AT&T, uma empresa que reúne serviços variados e que também é a dona da maior rede de telefonia móvel e fixa dos EUA. Dentro do catálogo da WarnerMedia estão HBO, New Line, Warner Bros., DC Entertainment, TNT, CNN, TBS, Cartoon Network, Boomerang, Esporte Interativo, entre outros.
Além disso, a Warner é dona da divisão de entretenimento da DC, gerenciando tanto as séries e filmes da marca quanto as histórias em quadrinhos. Curiosamente, o DC Universe, serviço de assinatura de streaming de séries, filmes, animações e HQs da DC, continuará existindo mesmo após o lançamento do HBO Max — ao menos num primeiro momento.
Serviços como HBO Go, HBO Now e outros também continuarão existindo mesmo após o lançamento do HBO Max.
Títulos confirmados
Apesar dessa extensa biblioteca de conteúdo das marcas, nem tudo estará disponível no serviço. O comunicado para a imprensa diz que o catálogo contará com uma seleção "do que há de melhor", implicando que muitos títulos devem ficar de fora da plataforma.
Entretanto, alguns nomes de peso já foram confirmados, como é o caso da série Friends, que estará disponível na íntegra no HBO Max. Além dela, os assinantes também terão acesso a todos os episódios de Um Maluco no Pedaço e Pretty Little Liars; e das séries Batwoman e Katy Keene, spin-off de Riverdale, originalmente feitas para a CW.
O serviço também tem algumas séries originais confirmadas, como Gremlins, animação baseada no filme original; Dune: The Sisterhood, série dirigida por Denis Villeneuve, diretor de Duna; Tokyo Vice, série policial estrelada por Ansel Elgort, entre outras.
A Guerra dos Streamings
Assim como na Guerra dos Tronos, todo mundo quer dominar o mercado de streaming direto para o consumidor. Netflix, Amazon Prime Video e Hulu, que não está disponível no Brasil, investem tanto na produção de conteúdo original quanto no direito de exibição de séries e filmes, mas o cenário começa a mudar quando grandes empresas como a Warner e a Disney resolvem entrar na brincadeira.
Dona de quatro das maiores bilheterias mundiais, a Disney está às vésperas de lançar o Disney+, que contará com todo o catálogo da empresa, filmes da Pixar, séries exclusivas da Marvel e de Star Wars, além de todas as temporadas de Os Simpsons, totalizando 25 séries originais, 10 filmes e especiais originais, 500 filmes e 7,5 mil episódios de séries — tudo isso no primeiro ano, que começa em novembro de 2019 nos EUA.
A HBO Max, que chega em algum momento de 2020, promete 10 mil horas de conteúdo premium, e, com a quantidade de canais e marcas associadas ao serviço, são inúmeras as possibilidades.
Já a Netflix, plataforma que popularizou o modelo de negócios e começou a corrida que estamos vendo agora, terá que lutar para não ficar para trás com as mudanças de mercado e a entrada de grandes empresas.
A plataforma teve suas séries em parceria com a Marvel canceladas, e títulos de peso como Friends vão mudar de casa em breve, obrigando a empresa a focar em conteúdo original.
A empresa também investe muito em tecnologia para manter as transmissões estáveis, sem problemas no carregamento, e para estar acessível em todos os dispositivos — televisões, consoles de videogame, celulares, tablets, praticamente em tudo. E, nesse quesito, está bem à frente das atuais concorrentes.
Vale lembrar que, no final de 2018, a pesquisa Global Internet Phenomena Report da empresa Sandvine mostrou que a Netflix foi a responsável pelo uso de 15% de toda a internet do mundo. Você pode ler a pesquisa completa aqui (em inglês).
E se pode ficar ainda mais difícil para a Netflix se manter nesse mercado que ela mesma criou, imagina como está a situação para os canais de televisão tradicionais, que dependem de assinatura e ditam os dias e horários que os espectadores devem consumir seu conteúdo, agora que temporadas inteiras estão disponíveis para serem "maratonadas" — e sem o incômodo dos intervalos comerciais no meio dos episódios.
Até mesmo emissoras de TV aberta, como a NBC nos EUA e a Rede Globo, que lançou o Globoplay em 2015, estão apostando em seus próprios serviços online para transmitir a mesma programação da televisão e conteúdos feitos exclusivamente para o digital. No Brasil, o número de residências com TV por assinatura vem diminuindo nos últimos anos. Uma pesquisa do IBGE referente a 2017 mostrou uma queda de 1,5 milhão no número de domicílios com TV paga, representando 0,9% em relação ao ano anterior.
Quando até mesmo as grandes emissoras estão apostando em colocar seus catálogos online, disponibilizando títulos antigos e novos no mesmo lugar, indo desde Um Maluco no Pedaço a Game of Thrones, é hora de refletir sobre o papel da TV a cabo no entretenimento mundial, que ainda consegue grandes audiências com a cobertura de eventos ao vivo — mas vale lembrar que transmissões simultâneas na internet também estão se popularizando.
Em uma época onde o principal entretenimento está na internet, seja nas Smart TVs, computadores ou celulares, nos resta esperar (e acompanhar) qual será o próximo passo dessa gigantesca indústria para quem o futuro, que parecia distante, mas já chegou.