Lá pelos idos de 2011, quando Game of Thrones estava começando a ser exibida na TV e os livros d'As Crônicas de Gelo e Fogo estavam chegando ao Brasil, uma coisa era unanimidade entre os fãs: o choque que eles sentiam sempre que George R.R. Martin matava algum personagem importante da série.
Essa característica, que se tornou uma das marcas do autor, tem sido bastante elogiada ao longo dos anos por conta da ousadia natural delas. Em entrevista ao programa The Great American Read, da PBS, Martin contou como O Senhor dos Anéis, de J.R.R. Tolkien, o inspirou a matar seus próprios personagens.
A grande sacada de Tolkien foi criar os personagens que lutavam contra as tentações do Anel. Eles estão travando batalhas dentro dos próprios corações. Isso pode acontecer em qualquer lugar e em qualquer época da humanidade. E então Gandalf morre!Eu não consigo explicar o impacto que isso teve quando eu tinha 13 anos. Você não pode matar o Gandalf. O Conan não morria nos livros do Conan, sabe? Tolkien quebrou essa regra e eu amo ele para sempre por isso. No momento em que ele matou o Gandalf, o suspense de tudo que vem em seguida fica mil vezes maior, porque qualquer um pode morrer. E claro, isso teve um grande impacto na minha própria vontade de matar meus personagens num piscar de olhos.
Em 2017, o Washington Post apontou que até a sexta temporada de Game of Thrones, 1.243 personagens da série morreram. O número nos livros deve girar em torno disso também.
No momento, Martin está escrevendo The Winds of Winter, sexto e penúltimo livro das Crônicas de Gelo e Fogo, que segue sem previsão de lançamento.