Uma das grandes críticas feitas à Hollywood é a de que filmes comerciais se resumem a cenas de ação épicas, trilha sonora bombástica e uma ameaça que pode destruir o mundo usando um raio azul. Durante uma coletiva de imprensa promovendo Mindhunter, David Fincher comentou os problemas dos blockbusters de hoje em dia:
Se você quer fazer filmes de estúdio, você precisa ficar nas áreas seguras: comédia romântica, filmes que tentam chamar a atenção do Oscar, filmes de verão, filmes de super-herói e continuações. Não existe tempo para os personagens nesses filmes...Olhe Todos os Homens do Presidente, por exemplo — tudo lá se resume a personagens. Hoje em dia os filmes falam só de salvar o mundo de uma destruição. Não existem muitas cenas nesses filmes, até mesmo em alguns que eu faço. Eles sempre falam de uma corrida contra o tempo. Em Mindhunter não existe corrida contra o tempo. Mas uma coisa eu digo: não me importo se uma cena tem cinco minutos de duas pessoas tomando café em um carro. Mas elas precisam ser fascinantes e eu preciso aprender algo sobre elas. Eu não me importo se o carro está andando lentamente ou voando.
Em Mindhunter, Fincher realmente deixou de lado todas as convenções da indústria. Uma das críticas que pode ser achada facilmente na internet é que a série "é lenta". Aqui, o cineasta investiu na construção dos protagonistas e no fascinante mundo dos estudos de criminologia, sem perseguições, sem tiroteios e sem explosões.
Fincher encerrou sua fala com um discurso pouco esperançoso sobre o futuro:
O cinema não morreu. Só é algo diferente. As salas estão cheias de crianças, mas todas elas estão no celular. É um evento social, como uma roda de fogueira. E o filme é a fogueira.