Seth MacFarlane conseguiu deixar o segundo filme ainda mais surreal e escatológico do que o primeiro. Três anos depois de sua aventura de estreia nos cinemas, o ursinho Ted retorna com um objetivo de vida, ter um filho. Isso porque as coisas não estão indo nada bem com a sua esposa, e ter um pequeno rebento pode ser a solução para os problemas de relacionamento do casal.
E se a vida conjugal de Ted não está boa, a de seu amigo de infância John está ainda pior. Logo no início já descobrimos o por quê do sumiço de Mila Kunis do elenco. Sua personagem não está no filme porque ela se divorciou de John, o que é no mínimo estranho, já que praticamente toda a trama do primeiro filme foi movida pela vontade de John em reatar o seu namoro e finalmente se casar com ela. Já que ela era a mulher de sua vida... só que não.
Mas deixando essa pequena falha pra lá, vamos seguir com a trama: as coisas se provam mais complicadas do que parecem para o brinquedo. Já que nossa querida pelúcia não tem as "ferramentas" necessárias para produzir um filho, acompanhamos Ted e John, na busca pelo doador de esperma perfeito. É durante essa busca que assistimos as cenas mais engraçadas do filme e a mais nojenta também. Sem dar muitos spoilers, vamos dizer que os dois amigos se envolvem em um incidente com amostras em um banco de esperma.
Depois de encontrar uma solução para o seu problema, pouco antes de Ted se tornar pai, a trama principal do filme surge. E é isso que vai conduzir mais da metade da história: Ted não pode ser pai, porque não é um ser humano, mas sim um bem. Na verdade ele perde o emprego e tudo mais, porque segundo o governo ele não é uma pessoa. Temos um pouco de drama de tribunal e a apresentação da personagem de Amanda Seyfried, uma advogada que vai lutar pelos direitos de Ted.
Esse é o filme de MacFarlane mais parecido com Family Guy até agora. É difícil não fazer nenhuma associação com o desenho, principalmente em momentos em que a cena muda para mostrar algum flashback maluco sobre algo que os personagens falaram. Até a abertura do filme lembra muito a abertura do desenho.
Ted 2 é um filme onde o criador de Uma Família da Pesada parece querer testar os limites do que pode mostrar nos cinemas. É um passo adiante do que foi feito no primeiro, tudo é elevado a terceira potência. Algo que vai ser uma maravilha para quem é fã de qualquer animação de MacFarlane, ou simplesmente do primeiro filme. Além disso, quem conhece mais as referências sobre a cultura dos EUA também irá aproveitar melhor as piadas que acabam se perdendo na tradução.
O longa ainda conta com um festival de participações especiais, algumas surpreendentes, principalmente porque a maioria dos convidados que aparecem tiram sarro de si mesmo. Ted 2 é um filme com um publico alvo já definido, e esse público irá adorar ver mais uma vez o que esse urso pode fazer. E mesmo com toda zoação, palavrões, esperma e maconha, o filme ainda consegue ter um toque sentimental e uma mensagem bonita sobre amizade no final.
Definitivamente é um filme que os fãs irão gostar, mas quem não conhece deve assistir com cautela. Porque como já vimos antes, algumas pessoas se enganam sobre que tipo de filme irão ver porque o pôster do mesmo tem um ursinho amistoso e sorridente estampado.