Angry Birds é um jogo que não tem muita história além de “pássaros querem se vingar de porcos que roubaram seus ovos”, mas já existiram filmes verdadeiramente divertidos baseados em muito pouco. Não é esse o caso de Angry Birds: O Filme.
Vamos começar pela parte boa: a animação é muito caprichada, os passarinhos parecem bolinhas de penas multicoloridas, prontas para sair da tela e receberem abraços. As aves têm personalidades e características físicas distintas entre si, o que torna a ilha bastante diversificada e interessante.
Passarinho, que som é esse?
Apesar das críticas sobre a escolha de atores e comediantes em vez de dubladores profissionais, para interpretar alguns dos protagonistas, a dublagem está bem feita e o elenco conta também com alguns nomes adorados pelo público, como Guilherme Briggs (que empresta a voz pra o porco Leonard) e Mauro Ramos (dublador do Bomba).
A participação tão alardeada dos irmãos Piologo é tão rápida que pode passar batida, a menos que você saiba exatamente quem eles estão interpretando. Apesar se ser quase um cameo, a qualidade do trabalho que eles entregam não deixa a desejar.
O começo dos problemas
Angry Birds: O Filme segue uma estrutura cliché de personagem rejeitado que precisa salvar o dia. Red, passarinho órfão que sofreu bullying durante a vida inteira, tem problemas para se adaptar em uma sociedade repleta de pássaros felizes (quem não teria?). Porém, quando porcos chegam na ilha prometendo presentes e amizade, ele é o primeiro (e único) a desconfiar.
A ideia é simples. Já vimos a mesma versão dessa história centenas de vezes, e mesmo assim, o roteiro consegue desandar. Tudo leva muito tempo para se desenrolar, os vilões demoram muito para serem apresentados e, mesmo depois que isso acontece, longos minutos se passam até que exista algum conflito.
No meio tempo, Angry Birds: O Filme insere algumas piadinhas com conotação sexual na tentativa de entreter o público mais velho, mas o timing é tão ruim e elas se prolongam por tanto tempo, que acabam contribuindo para aumentar o tédio dos pais que terão que acompanhar os filhos na sessão de cinema.
Ops, acabou o tempo
Como o filme tem pouco mais que 90 minutos, o que acaba acontecendo é que sobra pouco tempo para uma conclusão. O final é apressado e feito de uma maneira que parece mais um "tutorial estratégia do game" do que um desfecho propriamente dito.
Mesmo que suas expectativas para Angry Birds: O Filme estejam baixas, ainda é possível sair desapontado do cinema e talvez até gostando um pouco menos do jogo dos passarinhos raivosos.